"Rio
dos Sinos- De todos e para todos": com
este tema a Prefeitura de São Leopoldo deu início ontem a V Jornada
Roessler e I
Semana do Rio dos Sinos. Hoje participei representando a Fábrica do Saber com uma atividade de contação
de histórias para os alunos das séries iniciais da EEEM Pedro Schneider
(Pedrinho). Contei a história "Mundo pra que te quero", de Salizete
Freire Soares, com ilustrações de André Neves, e "A tartaruga e a fruta
amarela" de Ricardo Azevedo. A Biblioteca Fábrica do Saber, mesmo pertencendo à SMED de Novo Hamburgo é parceira na atividade em prol do Rio dos Sinos, afinal o rio é de todos nós! Receberemos também um kit com livros sobre meio ambiente para o espaço, presente da SEMMAM.
Henrique Luiz Roessler (1896-1963) foi um dos mais importantes agentes
da proteção à natureza no Rio Grande do Sul, antes da constituição de
movimentos ecologistas no Brasil. Foi Delegado Florestal e Fiscal de
Caça e Pesca, cargos que lhe permitiam autuar os responsáveis por
contravenções à natureza em todo o Estado. Em 1955 fundou, em São
Leopoldo, a primeira entidade não
governamental de proteção ambiental do Rio Grande do Sul, a União
Protetora da Natureza (UPN), da qual foi o primeiro e único presidente.
Foi também o primeiro cronista ambiental do Estado, ao publicar cerca de
300 textos no jornal Correio do Povo, entre 1957 e 1963.
A relação
de Roessler com o rio dos Sinos começou muito cedo. Suas margens foram
palco de descobertas e aventuras ainda na infância, pois ele morava na
Rua da Margem. Nos vapores dirigidos pelo pai na empresa da família - a
Navegação Blauth, ele percorreu inúmeras vezes seu curso. Porém, quando
adulto, percebeu que as águas ficavam cada vez mais poluídas, sintoma
da industrialização sem planejamento. Tentando alertar as pessoas para a
gravidade da situação, sua primeira crônica no jornal intitulou-se
"Águas envenenadas nos nossos rios". Nessa crônica, Roessler denunciou a
poluição de vários rios do estado, com destaque para o Sinos, pelo
despejo de resíduos tóxicos "in natura" por diversas indústrias e
curtumes. Era tão apaixonado pelo Sinos que, feito um pássaro, construiu
seu ninho em cima de uma árvore, em uma das margens. Ali, numa casinha
de Tarzan, ele pode desfrutar da companhia dos seres que mais amava, a
esposa Thekla e a natureza viva, emoldurada pelas águas do seu querido
rio." (Por Elenita Malta Pereira- doutoranda em História na UFRGS, biógrafa de Roessler)
Reportagem do Jornal VS - 14/11/2014:
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